quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Retratos: Maria Antonieta (1767/68) por Martin van Meytens

Pintura: Maria Antonieta (1767/68)


O pintor: Martin van Meytens (1695-1770) austríaco, membro de família de origem flamenga, cresceu em Estocolmo, onde aprendeu a pintar com o pai, van Meysten, o Velho. Antes de se estabelecer em Turin, na Itália, fez viagem de estudos para Londres, Paris e Viena. Começou pintando retratos em miniatura, sempre em esmalte sobre porcelana, e só em 1730 passou a pintar a óleo, por ocasião da mudança definitiva para Viena. Ficou logo conhecido como retratista e em 1732 foi nomeado pintor da corte; em 1795, diretor da Academia de Belas Artes de Viena. Foi um dos mais representativos pintores barrocos.
O retrato: a arquiduquesa Maria Antonia da Áustria, filha da Imperatriz Maria Teresa da Áustria e do Imperador do Sacro Império Romano Francisco I, é vista aqui aos doze anos, no Palácio de Schönbrunn, onde nasceu.
O quadro, óleo sobre tela, foi pintado dois anos antes da menina partir para a França e se casar com Luis Augusto, futuro Luis XVI, numa manobra política de sua mãe para consolidar a reconciliação da Casa de Habsburgo com a Casa de Bourbon e assim acabar com as pretensões da Prússia e da Inglaterra. É um dos mais perfeitos exemplos de retratos no estilo barroco.
Seis anos depois de ter posado para van Meytens, Maria Antonia de Áustria tornava-se Maria Antonieta de França. Estava com 18 anos e tinha sob seu domínio toda a riqueza e o luxo da corte francesa. Era dona de seu nariz e dona da França.
Sua única obrigação era dar um herdeiro ao marido, o bondoso e calmo Luis XVI. Não é de estranhar que tenha mergulhado numa vida de luxo e futilidades. Custou a ter filhos e também a amadurecer. Seus gastos com roupas, festas e, sobretudo, jóias, eram vivamente criticados até entre os nobres que percebiam o caminho perigoso que aquilo poderia tomar.
Os escândalos se sucediam e os exageros dos falatórios também. O único registro documentado de uma opinião de Maria Antonieta sobre a fome na França está em uma carta para sua mãe, onde ela lastima a sorte do povo, sorte que, infelizmente, não tomou nenhuma atitude para minorar.
No entanto, depois de presa e durante todo o martírio na prisão, portou-se como verdadeira rainha: foi corajosa, firme e não se deixou vergar. Em seu julgamento, uma farsa, aliás, quando mandaram que se identificasse, disse: "Maria Antonieta da Áustria e da Lorena, trinta e oito anos, viúva do rei da França." Foi condenada à morte aos 38 anos. Tinha os cabelos embranquecidos desde a prisão, e era chamada, com deboche, de “A Viúva Capeto”. Foi transportada para a guilhotina em uma gaiola, como um bicho, e enterrada em vala comum, junto aos restos do marido; só muito depois os dois foram levados para a Basílica de Saint Denis.
Acervo Palácio de Schönbrunn, Viena, Áustria
                                                                                          por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

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