terça-feira, 2 de outubro de 2012

Os Nabis - Casa sobre o Sena perto de Vernon, de Pierre Bonnard

                                                          Óleo sobre tela, 34.9 x 48.3 cm.
                                                 Acervo Metropolitan Museum of Art, Nova York

Os Nabis - Casa sobre o Sena perto de Vernon, de Pierre Bonnard

Os Nabis, palavra que significa “profetas”, foram um grupo de artistas
franceses pós-impressionistas com grande influência nas Artes Gráficas
e nas Belas Artes, na França dos anos 1890. Ficaram amigos em 1880,
quando se conheceram na Académie Julian.

Muito jovens, rebeldes, dispostos a subverter o mundo das artes, e com
um interesse comum no tipo de literatura e artes plásticas que achavam
mais dignas de seu tempo, eles se uniram em torno de Paul Serusier, que
foi uma espécie de guru do grupo. Serusier não se cansava de citar Paul
Gauguin como exemplo a ser seguido, o homem que largou tudo em busca de
seu sonho.

O nome Nabis lhes foi dado pelo poeta Henri Cazalis que fez um paralelo
entre a vontade desses artistas em revitalizar a pintura e os antigos
profetas que rejuvenesceram Israel. Possivelmente esse apelido tenha surgido
também pelo fato da maioria usar longas barbas, por muitos deles serem
judeus, e pelo modo fervoroso como encaravam seu oficio.

Eles abriram caminho para o surgimento, no começo do século XX, da arte
abstrata e não-figurativa. Seu objetivo principal era integrar a arte com
a vida diária, um objetivo que tinham em comum com a maioria dos mais
avançados artistas de seu tempo. Queriam mostrar a natureza não como ela
é, mas através de símbolos e metáforas estéticas.

O grupo, como grupo coeso, não durou muito. Em 1896, antes de seu nome
ficar conhecido do grande público, a união já se esgarçara.

Nesta semana falaremos dos que tiveram um papel mais importante dentro
dos Nabis e que depois seguiram carreiras de sucesso, independentes. São
Pierre Bonnard, Maurice Denis, Felix Vallotton, Édouard Vuillard e
Aristide Maillol.

 Hoje apresentamos Pierre Bonnard, nascido em 3 de Outubro de 1867 e falecido
em 23 de Janeiro de 1947. Por ter assistido um dia, na Escola de Belas Artes,
uma exposição de arte japonesa e ter ficado muito impressionado com as obras
alí apresentadas, passou a ser chamado pelos companheiros de “o nabi japonês”.

A primeira apresentação de sua obra aconteceu em 1893. Foi ilustrador da revista
 La Revue Blanche. Em 1924, realizou sua primeira grande retrospectiva. Em 1925,
casou-se com Marie Boursin, conhecida por Marthe, que viria a lhe servir de
modelo em algumas obras.

Bonnard foi sem dúvida um dos pintores mais interessantes do grupo dos Nabis.

Suas telas têm nas cores claras e luminosas a capacidade de transmitir emoção.
Os objetos parecem se formar pela solidificação do ar. Ele pesquisou longamente
a variação das cores sob a luz, obtendo efeitos de muita beleza.

Óleo sobre tela, 34.9 x 48.3 cm.
Acervo Metropolitan Museum of Art, Nova York
de Ricardo Noblat do blog do Noblat - 01.10.2012

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