quarta-feira, 18 de abril de 2012

Instalações: Jean Shin


Instalações: Jean Shin

Jean Shin já é reconhecida em muitos países pelas instalações que transformam objetos do dia a dia em elegantes expressões de sua nova identidade. Para cada projeto ela junta vastas quantidades de um objeto em particular – vidros de remédios, chaves, guarda-chuvas quebrados – que muitas vezes recebe de moradores de uma comunidade participativa.
Esses objetos depois se tornam ricas esculturas conceituais, ou vídeos, ou instalações em locais específicos.
Mostro hoje dois exemplos. Acima, Onda de Som, de 2007. Discos de 78rpm parcialmente derretidos e esculpidos de modo a criar uma onda cascateante, onde sobressaem os pontos coloridos das etiquetas. A estrutura nos faz pensar nas inevitáveis ondas tecnológicas que tornam cada geração de mídia gravada objetos obsoletos. Também tem por objetivo manifestar fisicamente o quão efêmero é o gosto musical das pessoas em nossos dias, como se pode ver pela quantidade de discos descartados.
Abaixo, outro ângulo da mesma escultura de discos montados numa armação de madeira; a instalação mede 1.58m de altura x 3.65m de largura  e pertence à Brooklyn Academy of Music, New York.
Reconhecida pelo processo minucioso e pelo trabalho intenso em prol da comunidade, as impressionantes instalações de Shin refletem o modo de vida dos moradores assim como os temas coletivos que enfrentamos como grupos sociais.
As obras de Jean Shin já figuram em grandes museus americanos, dentre os quais o Smithsonian American Art Museum, em Washington D.C e o MoMA, em NY. Sua criatividade impressiona.
Vejam como é interessante esse Tecido, de 2006 (abaixo). Nessa escultura interativa, milhares de teclas recicladas foram unidas de modo a formar um tecido. Os teclados transcrevem linha por linha a correspondência entre a artista e os fabricantes do tecido quando projetavam a instalação. Como resultado, a escultura documenta sua própria criação.
Os espectadores podem datilografar suas mensagens nas teclas ativas que ocupam as três primeiras fileiras. Essas mensagens são transmitidas para o lado oposto do tecido, continuando o diálogo virtual.
A obra fala da invasão do e-mail em nossas vidas ao mesmo tempo que comenta o fato da moderna tecnologia da comunicação virtual estar ligada à sensação táctil de mover nossos dedos sobre um ultrapassado sistema de datilografia.
Material: 22.528 teclas de computador recicladas e 192 teclas feitas especialmente para o projeto, tecido, um teclado ativo, um software interativo, uma projeção em vídeo e armações de alumínio pintado. Em colaboração com o The Fabric Workshop and Museum, Filadelfia. 0.79 de espessura, 1.21m de largura e, até o instante da foto abaixo, 6m de comprimento.
Nascida em Seul, Coreia do Sul, e educada nos EUA, Jean Shin tirou seu bacharelato e título de mestre no Instituto Pratt, no Brooklyn.

 Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -para o blog do Noblat

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