segunda-feira, 16 de abril de 2012

Instalações: Damián Ortega

 

Instalações: Damián Ortega

Não sei explicar o motivo, o fato é que neste fim de semana, ao navegar em busca de boas imagens para o post da Obra-Prima, não me deu vontade de falar de outra coisa a não ser de espantos e assombros. Mas que fossem belos e inteligentes e nunca espantosamente horrendos como as notícias que bombardeiam nossas almas.
E me decidi por obras contemporâneas. Não se trata, para mim, de tema fácil, portanto peço que vocês me perdoem e se satisfaçam com mais imagens que textos. Não pensem por favor, que foi por não dar importância ao artista do qual vou falar: a verdade é que sei muito pouco sobre arte contemporânea.
Não tem texto de minha autoria esta semana, pois. Tudo é copiado dos sites dos artistas ou das boas galerias onde eles expuseram.
Para começar escolhi Damián Ortega, nascido no México em 1967. Com Ortega os objetos nunca estão em sossego: ele os suspende, rearranja, parte em pedaços, divide, recria. Chamam a atenção para o dinamismo do mundo à nossa volta e da poesia que se esconde de nossos olhos nos tumultuados dias que vivemos.
Ele iniciou sua carreira artística como cartunista político o que certamente explica o humor sutil e incisivo no uso surpreendente que faz de objetos familiares como tijolos, velhas ferramentas, garrafas de Coca-Cola, tortillas e até de um Fusca 1989 que desmontou e remontou de maneira imaginativa e divertida (Jessica Morgan, curadora da Tate Modern, Londres e curadora adjunta do ICA (Instituto de Arte Contemporânea de Londres).


Em um de seus mais incensados trabalhos, Cosmic Thing (2002), Ortega usou um Besouro da Volkswagen, um ícone do design industrial democrático. Ele desmontou meticulosamente o carro e com fios de arame pendurados no teto posicionou, suspensas, cada uma das peças do carro como se fosse um manual mecânico ou uma mostra de história natural (foto acima).
Criado na Alemanha nazista o pequeno automóvel, eficiente e de baixo custo, tornou-se conhecido no mundo inteiro por seu nome de batismo, o carro do povo. Um sucesso de vendas, o Fusca, seu apelido no Brasil, logo se espalhou pelo mundo. Sua mecânica simples e a facilidade em comprar e trocar peças precisando de reposição fizeram dele o carro mais usado também na Cidade do México, sendo visto por muitas pessoas como a promessa de progresso.
O interesse de Ortega, mexicano, em usar um Fusca1989 na exposição que chamou de Cosmic Thing não se deve apenas ao seu gosto por montar e desmontar objetos, mas sobretudo por um motivo mais candente: chamar atenção para temas sociais, políticos e econômicos. E para a ocidentalização de seu país.


Já com o Controlador do Universo seu interesse foi somente político. É instalação que consiste em dezenas de ferramentas suspensas no ar e apontando para fora de um eixo imaginário, como se estivessem em plena explosão. Fez parte da exposição chamada Aquilo foi Então... e Isso é Agora, que tinha o objetivo de reavivar os dias de protesto contra a guerra do Vietnã durante a guerra do Iraque (foto acima).
Damián Ortega transita entre suportes variados, discutindo os limites da criação artística ao subverter os significados e funções de objetos cotidianos como tijolos, cadeiras, relógios ou carros. O artista altera, decompõe e transforma os objetos, revelando seus componentes implícitos e simbólicos e criando formas híbridas. (Curadoria da Galeria Fortes Villaça, SP)
Essas duas obras fizeram parte da Bienal de Veneza de 2003.
Clique aqui e conheça mais trabalhos de Damián Ortega

Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -p/ blog do Noblat

 

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