quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

TOULOUSE LAUTREC - Le Divan Japonais (1892)


A vida não devia ser fácil para Henri de Toulouse Lautrec. Embora nobre, membro da velha aristocracia francesa, rico, seu grave defeito físico e a saúde frágil, além do pai para lá de extravagante, não devem ter tornado felizes os seus dias. Alguns biógrafos contam atitudes e gestos muito estranhos de seu pai. O mínimo que dizem é que ele lavava as meias nas águas de um rio, comparecia aos encontros dos cavaleiros em dias de caçada vestido de forma estranhíssima, desaparecia por meses e meses, sempre criando problemas para a família. Mas Henri, que evidentemente sofria com isso, durante muito tempo não deixou que transparecesse em sua arte, à qual se dedicava com o mesmo entusiasmo que à vida noturna. Continuou a desenhar, a pintar e a partir de 1892, dedicou-se também à litografia.
Entre as mais de 300 que produziu, destaca-se a série “Elas”, sensível panorama da vida nos bordéis. Ele passou largas temporadas nas chamadas “maisons closes”, eufemismo para prostíbulos.
Como já mencionamos aqui, encantado com a pintura japonesa, Lautrec se inspirou nos desenhos chapados e criou cartazes para os amigos, para os cabarés, para os cafés, para anunciar espetáculos. Se não fosse por Lautrec, ninguém saberia como eram e se apresentavam Jane Avril, La Goulue, Aristide Bruant e, no entanto, na França, esses nomes populares, graças aos cartazes de um grande artista como ele, são figuras conhecidas. Hoje, fazem parte do acervo de grandes museu.
A litografia acima, onde aparece outra das grandes musas da boemia parisiense na Belle Époque, Jane Avril, foi feita para anunciar o Divan Japonais, cabaré que pretendia concorrer com os mais famosos Le Moulin de La Galette, Le Mirliton, e o já mencionadoMoulin Rouge, mas que não teve o mesmo sucesso.
Jane Avril está sentada ao lado de um cavalheiro assistindo ao show de Yvette Guibert, que reconhecemos pelas longas luvas pretas, sua marca registrada. Lautrec, com a audácia que o caracterizava, "corta" a cabeça justamente da cantora que estrelava o espetáculo e assim mesmo o cartaz foi um sucesso.
« Le Divan Japonais », litografia, mede 78cm x 61 cm
Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - para o Blog do Noblat

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