terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Pintura: Impressão III (Concerto) 1911 - Kandinsky


                                                                                                                                          Kandinsky, que também tinha talento musical, uma vez disse que o teclado é a Cor, os olhos são a Harmonia, o piano com suas muitas cordas, a Alma. O artista é a mão que domina o instrumento, ora tocando uma nota, ora outra, para provocar vibrações na alma. Esse conceito que une a cor à harmonia musical tem longa história, já intrigara cientistas como Sir Isaac Newton. 
     Kandinsky especulava com a cor, e criou uma teoria associando a nota com o timbre, a tonalidade com o alcance do som, e a saturação com o volume do som.    Chegou a dizer que quando via Cor ouvia Música.Em janeiro de 1911 assistiu a um concerto de Arthur Schoenberg em Munique e ficou profundamente impressionado pelos sons revolucionários que ouviu. E respondeu à emoção que sentiu criando a tela onde capturou a execução da música do grande compositor austríaco, Impressão III (Concerto) [imagem principal].
    Percebendo a afinidade entre sua pintura e a música de Schoenberg, Kandinsky escreveu para o compositor o que deu início a um extraordinário intercâmbio entre esses dois visionários que conseguiram unir música e pintura.
Por sua natureza a música é abstrata – não tenta representar o mundo exterior mas sim expressar de forma imediata os sentimentos íntimos da alma humana. Não admira que sua influência tenha sido muito importante no nascimento da Arte Abstrata.
          Kandinsky muitas vezes usou termos musicais para designar seus trabalhos: chamou algumas de suas obras mais espontâneas de "Improvisações", e as mais elaboradas de "Composições".
          Além de pintar, Kandinsky fez-se ouvir como teórico da arte. Na verdade, sua influência na História da Arte Ocidental talvez derive mais de suas obras teóricas do que de suas pinturas. Ele colaborou na fundação da Associação de Novos Artistas e foi seu presidente, em 1909. O grupo não conseguiu integrar a abordagem dos mais radicais, como ele, aos grupos mais convencionais e acabou por se desfazer, em 1911.
         Kandinsky se une a outros que pensam como ele: criam o grupo Der Blaue Reiter  (O Cavaleiro Azul)  e organizam duas exposições. Os planos eram muitos mas a irrupção da Primeira Guerra Mundial, em 1914, encerrou suas atividades e Kandinsky teve que voltar às pressas para sua terra natal, via Suíça e Suécia.
Mas as ideias do pintor em “O Almanaque do Cavaleiro Azul” e em “Do Espiritual na Arte”, lançados quase que ao mesmo tempo, serviram para defender e promover a Arte Abstrata, numa análise que conclui que todas as formas de arte são igualmente capazes de atingir um alto nível espiritual.
óleo sobre tela , 77.5 x 100 cm.

Acervo Städtische Galerie im Lenbachhaus, Munique, Alemanha
 Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -  para o Blog do Noblat

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