quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Caminhos em Movimento + Sequências Dinâmicas - Giacomo Balla


Pintura: Caminhos em Movimento + Sequências Dinâmicas


Como se sabe, o movimento, a velocidade, a vida moderna, a violência, as máquinas e a quebra com a arte do passado eram as principais metas do Futurismo. Foi um movimento artístico e literário: influenciou a pintura, a música e outras artes, como o cinema. Da Itália e da França, espalhou-se por alguns países europeus, notadamente Portugal e Rússia.
Em Portugal aderiram ao futurismo Almada Negreiros, Mário Sá Carneiro e Fernando Pessoa (como Álvaro de Campos) que assinaram um manifesto na polêmica revista Orpheu, que só publicou dois exemplares. Foram muitas as críticas recebidas e o escândalo estava armado.
Importa destacar as condições em que Fernando Pessoa reconhece o futurismo na sua própria poesia. Em carta ao Diário de Notícias, esclarece: “O que quero acentuar, acentuar bem, acentuar muito bem, é que é preciso que cesse a trapalhada, que a ignorância dos nossos críticos está fazendo, com a palavra futurismo. Falar de futurismo, quer a propósito do primeiro número do Orpheu, quer a propósito do livro do Sr. Sá-Carneiro, é a coisa mais disparatada que se pode imaginar. (...) A minha “Ode Triunfal”, no primeiro número do Orpheu, é a única coisa que se aproxima do futurismo. Mas aproxima-se pelo assunto que me inspirou, não pela realização - e em arte a forma de realizar é que caracteriza e distingue as correntes e as escolas.” (Carta datada de 4-6-1915, in Obras em Prosa, vol.V).
De qualquer modo, o futurismo foi muito mais forte e atuante nas Artes Plásticas. O que os futuristas almejavam era captar o instante, o momento exato em que a ação passa diante de nossos olhos, nem um instante antes, nem depois. A soma de movimentos que tornam aquela ação possível era representada pela fragmentação de volumes e linhas. As fragmentações eram repetidas até saturar o plano e assim conseguiam descrever o que até então parecia impossível: a simultaneidade.
Ao se deparar diante de um quadro futurista, o espectador, parado, tem uma sensação da vertigem provocada pela velocidade que nos rodeia nas grandes cidades.
Por exemplo: o pano de fundo do quadro de hoje, que foi pintado em 1913, é fixo – uma janela, uma parede, um balcão – mas os arcos que serpenteiam pela tela são pura velocidade. As formas dos martinetes que voam pelo espaço (são quatro ou quarenta?) se repetem em faixas e se evaporam diante de nossos olhos: dissolvendo-se na luz, eles se perdem na busca arrojada das alturas.
Óleo sobre tela, mede 96,8 x120cm

Acervo Museu de Arte Moderna de Nova York – MoMA -                                                                     Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -p/ www.noblat.com.br

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