quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Albert Einstein (1933) - Jacob Epstein

Escultura: Albert Einstein (1933)



Logo que chegou a Londres Epstein se envolveu com um grupo de artistas boêmio que se revoltava contra a “arte toda bonitinha, enfeitada”, como diziam, e passou a criar formas imensas e muitas vezes rudes, em bronze ou pedra.
O realismo de sua obra, avant-garde em estilo e conceitos, brilhante embora, mas com figuras distorcidas, mais inspiradas na arte não ocidental do que no ideal clássico, chocava o público.
A segunda encomenda que lhe foi feita pelo arquiteto Holden, desta vez para a sede da London Electric Railway, deu origem a nova controvérsia, em 1929. As esculturas “Dia e Noite”, nus de grandes proporções, colocadas acima da entrada da rua Broadway, 55, foram também consideradas indecentes e houve um intenso e acalorado debate sobre a retirada das estátuas que tinham sido esculpidas in loco.
Eventualmente, chegou-se a um acordo: a figura menor, que representava o dia, seria modificada. Esse debate acabou por prejudicar as encomendas para obras públicas, situação que perdurou até depois da II Guerra Mundial.
No entanto, como hoje sabemos, as mutilações sofridas por muitas de suas esculturas públicas não tinham nada a ver com censuras pudicas: o mais provável é que na década de 30 muitos dos detalhes protuberantes tenham sido limados após a queda de alguns pedaços, o que podia causar ferimentos nos passantes.
As encomendas de bustos, retratos de grande realismo e talento, felizmente não foram interrompidas. Dentre esses, muitos dos quais estão em coleções particulares, destaca-se o de Albert Einstein.
O célebre físico (1879-1955) fugira da Alemanha em 1933 e estava em um campo de refugiados na Inglaterra quando Epstein esculpiu essa peça. Antes da obra ficar pronta, porém, Einstein embarcou para os EUA, convidado que fora para lecionar em Princeton, e o busto ficou com o escultor.
Anos mais tarde, Albert Einstein descreveria Epstein: “cabelos rebeldes flutuando ao vento” e “seu olhar era uma mistura de bondade, humorismo e intensidade. A mistura me encantou. Ele parecia um Rembrandt a envelhecer”.
Bronze, 53,6 x 29.3 x 25,4 cm

Acervo Tate Gallery, Londres

Siga o www.noblat.com.br

 Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Nenhum comentário:

Postar um comentário