quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Claude Monet - -

Pintura: Reflexos Verdes


Em 1868, Monet, pressionado por dificuldades financeiras, tenta o suicídio se atirando no Sena. Para sorte da humanidade, foi salvo. E para sorte dele, Camille, que era sua modelo, engravida do primeiro filho do casal, Jean. A paternidade lhe deu forças para continuar na luta. O casal ainda teve outro filho, Michel, mas os anos de privações deixaram sua marca e Camille, tuberculosa, pouco tempo após o parto de Michel morre deixando o pintor com os dois pequenos para criar.
Disse que não falaria muito, deixaria as telas falarem, mas devo explicar que o casal Monet era muito amigo do casal Alice e Ernest Hoschedé, ele um rico empresário que vai à falência e foge para a Bélgica. Alice, com seis filhos, ajuda Monet a criar seus dois meninos. Depois de algum tempo morando em locais que não agradavam ao pintor, em 1883 ele descobre, em Giverny, a casa ideal, que abrigaria bem Alice, oito crianças e ele, com sua necessidade de grandes espaços para pintar. Claude Monet transformaria o jardim de Giverny na moradia da Beleza.
A essa altura Monet, com a ajuda de seu marchand, já vendia muito bem seus quadros e podia não só comprar a casa como criar o jardim que hoje é local de peregrinação para todos os que querem ver onde Monet se inspirava. Monet amava pintar a natureza “organizada” de seu jardim: os canteiros, o pequeno lago com os belos nenúfares, e a ponte japonesa. Ele pinta a beleza que vê sob o sol da manhã, a leste, até o sol da tarde, a oeste, durante as quatro estações, por mais de 30 anos (na imagem acima, os nenúfares, fim de tarde).
Em 11 de novembro de 1918, logo após o Armistício, ele doa à França seu maior tesouro, os imensos painéis que retratam os nenúfares. E a França de Clémenceau lhe agradeceu o gesto montando, na velha Orangerie, única lembrança do antigo palácio das Tulherias, duas salas elípticas, de 2 metros de altura e mais de 100 metros de comprimento, com um banco no centro. Nas paredes, recobertas por vidros, as telas de Monet.
Noutro dia eu disse aqui que a paz dentro da Catedral de Chartres é inigualável. E é. Mas, em segundo lugar, vêm as salas dedicadas a Monet, no Musée de l'Orangerie. Sentada ali, quietinha, percebi que assim como eu, todos se calam ali dentro, ninguém fala. Entram, sentam, e se comportam como se estivessem numa catedral. Foi feita a vontade de Monet: suas telas são um santuário contra a agitação e a tensão da vida moderna (obs: vale dizer que lá não vou desde 1992... não sei como estará hoje em dia).
Faz um bem imenso sentar ali por um bom tempo. Vejam:
Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Blog do Noblat - 

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