terça-feira, 12 de junho de 2012

Edward Hopper - A casa ao largo da ferrovia e Automático



1   A casa ao largo da ferrovia, óleo sobre tela, 60.9 x 73.6 cm, MoMA, NY
 

2  Automático, óleo sobre tela, 71,4 x 91,4 cm, Des Moines Art Center, Iowa, EUA


Em 1923, Hopper foi morar em Greenwich Village que seria sua base para o resto da vida. Nesse mesmo ano renovou a amizade com Jo Nivison, sua colega de classe na Escola de Artes. No ano seguinte, eles se casaram. Essa longa e complexa relação seria a mais importante da vida do artista. Extremamente leal a seu marido, Jo às vezes se sentia oprimida por ele.

Uma anotação em seu diário diz: “Ed é o centro do meu universo... Se estou quase completamente feliz, ele dá um jeito de mudar isso”. O casal muitas vezes brigava furiosamente (um dos motivos era o gato de Jo, Arthur, que Edward via como um rival na afeição de sua mulher).

Às vezes as discussões acabavam em violência física, como numa ocasião, no México, em que Jo mordeu a mão de Edward até o osso.

Por outro lado, a presença dela era essencial ao trabalho dele, pois ela era a modelo de todos os seus quadros e se dispunha a desempenhar os vários papeis que ele lhe pedia.

Do seu casamento em diante, a carreira de Hopper só prosperou. Sua segunda exposição solo, na Galeria Rehn de Nova York, em 1924, vendeu tudo. No ano seguinte ele pintou a tela que hoje é conhecida como sua primeira obra realmente madura, A casa ao largo da ferrovia:


Frugal, simples, com uma disciplina deliberada, é tela típica de tudo quanto ele faria no futuro. Sua obra combina qualidades aparentemente incompatíveis: moderna em suas linhas, mas plena de nostalgia pelas virtudes do passado americano - o tipo da arquitetura peculiar do século 19 que Hopper tanto amava pintar e que estava totalmente fora de moda em meados do século 20, quando ele começou a estudar o tema a fundo.

A carreira de Hopper foi muito pouco afetada pela Depressão: ele ficara muito conhecido e em 1929 foi incluído na segunda exposição realizada pelo MoMA, Paintings by Nineteen Living Americans (quadros pintados por dezenove americanos em atividade) e em 1930, A casa ao largo da ferrovia foi incluida na coleção permanente do museu, doação de um colecionador americano, o milionário Stephen Clark.

Em 1927 ele retrata uma jovem solitária no Automático (1927), um tipo de restaurante onde o cliente se serve e não vê ou fala com ninguém (imagem abaixo). A solidão é o tema dominante de quase toda a sua obra. 

Parecem à procura de emprego, de sexo, de companhia, perdidos em lugares estranhos. Quase sempre é noite e do lado de fora estão a escuridão e a ameaça de um campo aberto ou de uma cidade desconhecida.

As cenas amargas são enfatizadas pelas linhas e formas severas, pelas cores e detalhes austeros, o todo mostrando a melancolia, o sentimento que dominava a America machucada pela Depressão.



Automático, óleo sobre tela, 71,4 x 91,4 cm, Des Moines Art Center, Iowa, EUA

A casa ao largo da ferrovia, óleo sobre tela, 60.9 x 73.6 cm, MoMA, NY

 Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa  Blog do Noblat



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