sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Objetos de Arte: Tabaqueira com Símbolos Maçons (sec XIX)

Objetos de Arte: Tabaqueira com Símbolos Maçons (sec XIX)

Logo depois de ter surgido na Europa o rapé era consumido no universo aristocrático e entre os Elegantes, que olhavam com desprezo para o homem comum e seu cachimbo. Na Inglaterra foi hábito cultivado entre os membros da corte.
A Rainha Ana gostava tanto de rapé que todas as damas da corte a imitaram. A rainha Charlotte, consorte de George III, que não abandonava sua tabaqueira, foi apelidada de “snuffy Charlotte”, apelido intraduzível, derivado de “snuff”, que é a palavra inglesa para rapé, do verbo “to snuff”, aspirar.
Seu filho, George IV, usava um tipo de rapé para cada hora do dia e tinha uma sala especial para isso em cada um de seus palácios.
O homem do povo só foi apresentado ao hábito quando da captura de um comboio espanhol, em 1702. Na pilhagem foi achado um vasto carregamento de rapé que foi distribuído entre os marinheiros ingleses como parte do pagamento.
Esses espalharam a mercadoria nos diversos portos por onde passaram e também nas cidades costeiras, e logo se tornou imensamente popular. Surgiram moinhos especializados na moagem do rapé, em Londres, Bristol, e outras cidades inglesas.
Não demorou muito para que lojas vendendo rapé fossem abertas nessas cidades, sendo que só em Londres chegaram a mais de 400.
Até cerca de 1900, o rapé era muito mais usado do que cigarro, cachimbo ou rolo de mascar. São conhecidos os nomes de alguns usuários famosos, como o poeta Alexander Pope, a atriz Sarah Siddons, o Duque de Wellington e o Almirante Nelson.
Consta que Napoleão chegava a aspirar mais de 3kgs de rapé por mês! Alguns médicos do século XIX recomendavam seu uso para dores de cabeça, insônia, dor de dente, tosses e resfriados e como medida profilática contra o contágio de muitas doenças.
A tabaqueira que hoje mostramos é um trabalho em madeira e prata lavrada, gravada com os símbolos da maçonaria e o nome de seu dono, Robert Craig.
Tem como curiosidade uma abertura com tampa que corre para o lado esquerdo, própria para dois dedos pegarem uma pitada de rapé. Quando fechada, mostra o aperto de mão que simboliza a fraternidade. Essa pequena abertura fez dessa caixa um dos melhores exemplos de conservação do rapé, pois assim como dosava a pitada, dosava a entrada de umidade.

Acervo Museu Maçônico, Phoenix, Arizona, EUA

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por  Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

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