quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Túmulo de Oscar Wilde - Jacob Epstein

Escultura: Túmulo de Oscar Wilde


Epstein foi pioneiro da escultura moderna no Reino Unido. Muitas vezes realizou trabalhos que geraram muita controvérsia posto que desafiavam tabus estabelecidos sobre o quê peças públicas de arte podiam ou não exibir.
O meio cultural britânico ainda estava sob a influência fortíssima da Era Vitoriana e Epstein chocou muitas pessoas com obras que foram feitas para serem expostas em locais públicos, tais como a escultura de um nu masculino colocada em cima da porta de entrada de uma conhecida loja de departamentos em Liverpool, “Lewis”, que ficou conhecida como “Lewis do pinto” (Dickie Lewis).
Na verdade, nem Londres, a capital cosmopolita, estava preparada para as idéias de Epstein. Sua primeira grande encomenda, executada em 1908 – 18 nus, estátuas em tamanho natural, para serem colocadas na fachada criada pelo arquiteto Charles Holden para o edifício da “Associação Britânica de Medicina”, na famosa The Strand (hoje nesse prédio funciona a Zimbabwe House) - ofendeu a sensibilidade da imensa maioria de londrinos que se declarou agredida com aquela exibição imoral.
Também em Paris Epstein chocou a mentalidade da época. Uma de suas primeiras encomendas foi para o túmulo de Oscar Wilde (1854-1900), no cemitério Père Lachaise, “considerado indecente e recoberto, durante um bom tempo, com uma lona impermeável, por ordem da polícia francesa”.
Já não é o que acontece: no detalhe, marcas de beijos deixadas por admiradores do grande dramaturgo e poeta.
O anjo, de estilo moderno, projetado como um relevo no túmulo de formas retas, teve a genitália masculina quebrada e arrancada por um visitante, que a deixou jogada no chão. Durante muito tempo essa peça foi usada como peso de papel pelos administradores do cemitério, até que desapareceu.
Em 2000, Leon Johnson, um artista multimídia, resolveu criar e instalar no anjo uma prótese em prata, que é o que está lá até hoje.
Atualização: em breve, se já não aconteceu, o túmulo será recoberto com uma tela para protegê-lo das marcas de baton que começavam a danificar a pedra, devido ao uso de detergentes fortes para retirar as manchas.

Cemitério Père Lachaise, Paris
  
Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa para o blog do noblat
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