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Henri Matisse (COMO O ADOECIMENTO INFLUENCIOU SUA CARREIRA)
   Henri Emile Bernoit Matisse é  conhecido pela simplicidade e exuberância de cores em suas pinturas.  Nasceu no norte da França, em 1869, filho de um farmacêutico e  comerciante de grãos, que sonhava em tornar o filho um grande advogado.  Correspondendo aos sonhos do pai, chegou a formar-se em direito, mas  nunca exerceu a profissão, pois achava a carreira jurídica entediante.  Provavelmente, herdou o amor pela arte de sua mãe, que era pintora de  porcelanas. Esta iria introduzir o filho no mundo das artes de forma nâo  intencional, quando estimulou o jovem Matisse a pintar, para afásta-lo  do ócio, durante o período de convalescença de uma apendicite.
    As pinturas de Matisse e seus colegas foram duramente criticadas por  seus traços expressivos e cores intensas, sendo chamados de "fauves"  (bestas selvagens). Surgiria então o fauvismo, movimento sem pretenções  políticas ou críticas, com temas leves e alegres. Os fauvistas faziam  uso das cores puras, tal como estão no tubo de tinta. O artista não as  tornava mais suaves nem criava gradação de tons. Tal movimento é  responsável pelo desenvolvimento do gosto pelas cores puras, que  atualmente estão presentes em muitos objetos e peças de nossos  vestuários.
Para compreendermos a obra de Matisse, temos que saber que em suas pinturas as coisas representadas são menos importantes do que a maneira de representá-las. ("Quero que minha arte seja como uma boa poltrona em que se descansa o corpo cansado").
   
Henri Matisse. Red Fish and a Sculpture. 1911. The Museum of Modern Arts, New York, NY, USA.
Para compreendermos a obra de Matisse, temos que saber que em suas pinturas as coisas representadas são menos importantes do que a maneira de representá-las. ("Quero que minha arte seja como uma boa poltrona em que se descansa o corpo cansado").
Henri Matisse. Red Fish and a Sculpture. 1911. The Museum of Modern Arts, New York, NY, USA.
   Henri Matisse. The Music Lesson. 1917.  Barnes Foundation, Lincoln University, Merion, PA, USA. 
   No ano de 1941, já muito  prostrado devido a um câncer de intestino, foi submetido a duas  cirurgias que prejudicaram seus movimentos, deixando-o em uma cadeira de  rodas. Tal processo de adoecimento teve influência na maneira de  executar sua arte, já que o artista passou a utilizar com mais  frequência a aplicação de tinta em papel recortado, técnica conhecida  como "gouaches découpées". Podemos observar tal técnica em seu livro  Jazz de 1947.
Icarus. 1947. Ilustração do livro 'Jazz'.
   A obra acima, conhecida como  "O Homem Pássaro", baseia-se no mito de Ícaro. Segundo a mitologia  grega, Ícaro era filho de Dédalo, um dos homens mais criativos de  Atenas. Devido a circunstâcias outras, pai e filho foram aprisionados em  um labirinto onde só era possível fugir pelo ar. Sabendo disso, Dédalo  projetou asas com penas de aves e cêra para que seu filho pudesse fugir.  Entretanto, advertiu-o para que voasse em uma altura média,  nem  tão próximo ao sol, para que o calor não derretesse a cêra que colava  as penas, nem tão baixo, para que o mar não pudesse molhá-las. Ícaro por  sua vez, sentindo-se atraído pelas belezas do céu, não obedeceu as  recomendações de seu pai e voou em direção ao sol. Suas asas não  aguentaram o calor e Ícaro acabou caindo no mar. Na pintura de Matisse  podemos observar o personagem em queda livre, afastando-se do brilho das  estrelas.
    No entanto, a obra que melhor representa as limitações físicas e a  tristeza do artista na última fase de sua vida é "A Tristeza do Rei", de  1952. Nesta figura, podemos observar a última saudação do artista,  representado pelo rei vestido de negro com uma viola em suas mãos e  rodeado por temas que lhe são queridos, como a dança da bailarina 
A Tristeza do Rei. 1952.
   Provavelmente Matisse seguiu o  exemplo de seu amigo Renoir, que apesar das graves limitações físicas  causadas por uma doença reumatológica, continuou trabalhando até os  últimos dias de sua vida. Conta a história que, certa vez, ao observar  as dores que Renoir sentia em suas articulações ao pintar, Matisse  questinou porque o amigo continuava a trabalhar, no que o mais velho  respondeu "A dor passa, mas a beleza permanece". Realmente, a vasta obra  de Renoir permanece até os dias de hoje e pode ser contemplada em  vários museus ao redor do mundo.
Henri Matisse, 1944.
REFERÊNCIAS
Coleção Folha Grandes Mestres da Pintura, vol. 8.
COUTINHO, F. A Arte de Recortar Papéis: Matisse e a Tristeza do Rei.
 





 
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